quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Devolvam-me o que não é meu!
Eu pedi ao vento!
A gravidade talvez te traga de volta.
O vento traz....

Quanto é necessário para ser/ter,
um pouco do quanto tu és ?
Sou o quanto me destes.
Possuo 1/3 de mim,
e preciso dos meus 3/3.

Se aproxime do que eu digo,
das minhas res-postas,
elas possuem múltiplas maçanetas.
Habite em todo e qualquer mar
mas, retorne aqui,
do lado esquerdo,
na minha memória.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O Amor


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.



Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer


Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!


Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!


Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...


Fernando pessoa

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Sem a alma o corpo é inerte,
Não há corpo sem alma,
Qualquer corpo sentiria a ausência de uma alma.
Ora, a alma não seria o famigerado coração?
Alma e coração?
Seria o real e o virtual, não respectivamente falando,
do nosso sensível cerne anatômico, e que nos proporcionam
os sentidos mais importantes. Sentidos esses, que através de
nossos sensores produzem uma desordem do sentir.
Nessa relação entre real e virtual, ou alma e coração,
é só ele que tem o antídoto para essa conduta nociva;
para esse vício de insistir nessa saudade que eu sinto
do que eu ainda não vi, nem vivi.